Você ainda faz sprints de mais de uma semana?
Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo do nosso CRO Rafael Miranda.

Recentemente o Kent Beck, um dos 17 signatários originais do Manifesto Ágil e criador do método Extreme Programming (XP) e do Test-driven Development (TDD) falou como se arrepende de ter criado o termo “Iterações” para denominar os ciclos de trabalho para construção de software.

Curiosamente, o Ron Jeffries, também signatário no Manifesto e co-criador do XP, no mesmo dia falou como se arrepende de ter criado ou defendido o conceito de “Velocidade” para medir a quantidade de trabalho entregue pelo time num ciclo de trabalho para construção de software.

Ambos os posts foram motivados pelo aniversário de 21 anos do Manifesto, e eles aproveitaram para refletir sobre coisas que criaram ou defenderam, mas que se perderam ou se “deturparam” com o tempo.
Originalmente a palavra “iteração” se deveu a uma relação com o processo Iterativo e Incremental, com incrementos sendo adicionados ao produto de forma contínua e cíclica.
Faz todo sentido, não?!
O mesmo valeu para o conceito de “velocidade”. Originalmente seu propósito era apoiar o time a identificar a quantidade de trabalho que podia pegar de forma repetível, contínua e sustentável.
Ou seja: uma excelente ferramenta!
Mas, com o tempo, ambos os conceitos foram inflados com complexidades adicionais, sofreram falhas de interpretações, foram aplicados em contextos diferentes do que se propunham e geraram mais problemas do que soluções.
Em muitas organizações existem debates longos e acalorados apenas para se definir o tamanho de uma sprint. Muitas vezes, criam processos e cálculos complexos para isso.
Deve-se levar em consideração os finais de semana? E feriados? E folgas ou ausências médicas das pessoas do time? E se começar numa terça-feira? Vamos colocar uma pré-planning? E no mês de Fevereiro? E nos anos bissextos?
Imagino que você deve ter ouvido falar do conceito de “Dias Ideais”… E assim vai… ♂️
Não preciso nem falar dos problemas gerados pelo conceito de “velocidade” com o passar dos anos:
- Pressão para os times “aumentarem a velocidade”
- Comparação de times e pessoas mais ou menos “produtivas”
- Técnicas complexas para estimativas mais “precisas”
- …
Já vi empresas atrelando seus modelos de bônus, metas, avaliação de desempenho, promoção e demissão à velocidade do time ou velocidade de cada pessoa individualmente. Não faz o menor sentido!
Quando criamos a Impulso, a gente foi no simples para todas as áreas da empresa, e continuamos assim por mais de uma década: Planejamento e Revisão Semanal. Ponto.
Nada de “dias ideais”, cálculos ou discussões complexas, métricas de vaidade ou tentativas frustradas de prever o imprevisível. Nada de incentivos perversos, métricas facilmente burláveis e jogos do tipo “você finge que faz e eu finjo que acredito”.
Tudo são “ciclos de uma semana”, de segunda a sexta.
Se tiver um feriado no meio, aquele ciclo será menor. Se uma pessoa fica doente, entregamos menos naquela semana. Se um grande problema ou oportunidade surge, faz parte e estaremos ali, semanalmente olhando pro que precisa ser feito e entregando.
Simples assim.
E se você ainda usa tamanho de sprint que não seja em semanas, ou usa o conceito de Velocidade como base para seus planejamentos… Lembre que as pessoas que criaram esses conceitos, há mais de 20 anos, não os utilizam mais e não recomendam mais o seu uso!
Grande abraço!

Mito: o que não é medido não é gerenciado | Revue — api.impulso.news
Neste artigo mostro como esta célebre frase, repetida inúmeras vezes nos cursos de gestão, MBAs e posts virais no LinkedIn, nunca foi falada. E, pior, o autor falou justamente o contrário!
Pense de novo: O poder de saber o que você não sabe, de Adam Grant — www.amazon.com.br
O livro Pense de novo: O poder de saber o que você não sabe, de Adam Grant, demonstra de forma muito clara a importância de repensarmos conceitos, como não é um problema mudar de opinião e formas de criar uma Cultura de Aprendizado Contínuo na sua vida pessoal, profissional e empresa.
Aprendendo “na marra” a trabalhar em time | Revue — api.impulso.news
Aqui eu relato como foi minha experiência no Mestrado em Mecatrônica, em que fomos postos à prova para nos auto-organizar como time e, mesmo sem processos elaborados ou métricas rebuscadas, foi possível finalizar o projeto com louvor… mas com muito suor e sangue também!

“Estamos descobrindo maneiras melhores de desenvolver software, fazendo-o nós mesmos e ajudando outros a fazerem o mesmo.”
Manifesto Ágil