Tabu: trabalhar com familiares e parentes
Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo do nosso CRO Rafael Miranda.

Na maioria das empresas é proibido ter familiares, parentes, parceiros, filhos, namoradas ou qualquer tipo de relação pessoal, maior do que amizade, dentro do trabalho.
Aqui na Impulso não. Pelo contrário. ♥️
Nós não somos uma Empresa Familiar, no sentido de que fundadores e funcionários são da mesma família e o patrimônio e renda estão vinculados. Porém, não temos restrição quanto à relação entre as pessoas.
Sempre que se fala em ter, por exemplo, um filho, esposa ou marido na empresa, automaticamente as pessoas pensam em Nepotismo e condenam a decisão. Isto é até compreensível, basta ver na imagem abaixo o nível de corrupção mundial em que vivemos.

Aqui na Impulso, enxergamos de forma diferente.
Quando vamos abrir vagas na empresa, sempre começamos pedindo indicações para o nosso próprio time. E, diversas vezes, as pessoas indicam seus parentes. E tudo bem!
Nós entendemos isto como justamente um sinal de que o nosso time gosta tanto da gente, acredita tanto no nosso propósito e está tão engajado na nossa cultura, que indica não só amigos, mas seus familiares mais próximos também!
Racionalmente falando, se tenho por exemplo uma família de 3 pessoas, e as 3 trabalham na mesma empresa, elas estão tecnicamente compartilhando um risco financeiro mais alto, pois, se a empresa fecha, as 3 perdem seus empregos.
Porém, ao olhar sob outro ângulo, mais positivo, se estas 3 pessoas podem trabalhar num ambiente acolhedor, em que podem ser elas mesmas, ser felizes e produtivas, ter uma remuneração adequada e perspectivas concretas de crescimento pessoal e profissional, por que não?
Aqui na Impulso temos maridos e esposas, pais e filhos, primas, cunhados e provavelmente várias outras formas de parentesco. Na verdade, a gente nem controla isso. Para quê serviria esse controle, no final das contas? ♂️
Como temos uma cultura muito forte, voltada para geração de resultados de forma humanizada e transparente, todas as pessoas são guardiãs de que não estamos comentando injustiças, dia a dia.
Ao conversar com outros empresários sobre o assunto, o que mais ouvi foi:
- “VOCÊ ESTÁ MALUCO!”,
- “ESTÁ PROCURANDO SARNA PARA SE COÇAR” e
- “VOCÊ VAI VER QUE NÃO VAI DAR CERTO”.
E ouvi histórias realmente estarrecedoras de problemas relacionados a familiares na empresa…
Bem… Já são longos bons anos com esta prática aqui, e nunca recebemos tantos elogios e nunca tivemos tantos parentes sendo indicados como hoje. Eu encaro como um grande sucesso!
Mas, não quer dizer que seja fácil.
Nós tivemos há vários anos atrás a ajuda de um Psicólogo, especialista em disfunções organizacionais, que nos ajudou a perceber vários elementos característicos dessa nossa dinâmica e cultura. Ele nos ajudou a navegar bem neste cenário e foi fundamental para atingirmos a maturidade que temos hoje.
Especificamente no meu caso, em que eu e Kari somos casados e trabalhamos juntos na Impulso, nós desenvolvemos com o passar dos anos algumas práticas e “técnicas” que nos ajudam a equilibrar melhor as coisas no nosso dia a dia. Alguns deles são:
- Temos apelidos diferentes, um para a vida de colegas de trabalho e outro para a vida de casados. No trabalho somos “Mira” e “Kari”, em casa somos…
- Como trabalhamos em home-office e estamos na mesma casa, eventuais reuniões com somente nós 2, priorizamos fazer pelo Zoom (como todas as reuniões da empresa). Mas, caso na hora do cafezinho a gente acabe falando de trabalho, implementamos as técnicas que descrevi aqui.
- Aprendemos, com o tempo, a identificar assuntos que é melhor não trazermos “para casa” e manter só no trabalho. Esse foi o ponto mais difícil e vale um artigo dedicado… Mas a introdução é: quando você chega em casa no final do dia, geralmente você conversa com seu parceiro ou parceira sobre como foi o dia de trabalho, conta algumas coisas, fala mal do chefe , etc… E alguns assuntos podem fazer as coisas se misturarem demais e prejudicar a relação. ⚠️
Bem, fica para um próximo artigo falar mais sobre isso… Se você tiver interesse, responde aqui que escrevo!
E se você também passa por situações de trabalhar com familiares, me conta a sua história, pois tenho muita curiosidade em saber!
Abraços, e até a próxima!

Succession: por que a série da HBO é tão boa? (crítica) — www.tecmundo.com.br
Uma das minhas séries dramáticas preferidas, mostra um outro lado da moeda: como uma empresa familiar, regida pelo nepotismo e corrupção, se desenrola em um dia a dia de intrigas, disputas e injustiças. Super recomendo assistir!
Sustentabilidade emocional: a saúde mental na estratégia corporativa | Você RH — vocerh.abril.com.br
Artigo bastante completo da VOCÊ-RH, que aborda a importância de se investir em diversos tipos de sustentabilidade, incluindo a emocional. Por exemplo, teria sido muito útil para nós na Impulso quando começarmos a ter parentes na empresa.
Sua empresa não deveria buscar Lucro — Rafael Miranda — rafaelmira.com
Artigo que escrevi em 2016, 6 anos atrás, sobre a importância de termos empresas sustentáveis, visando criar Prosperidade de uma maneira mais holística, do que apenas Lucratividade.

“Produtividade sustentável é a capacidade de trabalhar sem causar danos à saúde e aos relacionamentos.”
Izabella Camargo