No trabalho híbrido, seus processos têm que ser 100% remotos
Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo do nosso CRO Rafael Miranda.
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Aqui, na Impulso, temos uma boa experiência em trabalho remoto. Afinal, são quase 12 anos sendo remote first, atuando com centenas de clientes e milhares de pessoas de forma remota.
Nós começamos remotos lá atrás, quando não existia Slack, Microsoft Teams ou Discord… Ou Miro, Figma e Notion para colaboração. Também não existia Zoom, e nem todo mundo possuía um smartphone como hoje.
A gente experimentou muito, errou muito e acertou muito também.
Foi difícil. E continua sendo. Mas gera resultados muito melhores pra gente.
Uma coisa que gestores que estão entrando agora no remoto precisam saber é: no trabalho híbrido (com pessoas presenciais e pessoas remotas), os seus processos precisam ser remotos.
Não tem como fugir disso.
E quando digo processos, estou falando de todo tipo de forma que as pessoas usam para trabalhar e colaborar para entregarem resultados, tangíveis ou não.
Começando com um cenário simples: 4 pessoas farão uma reunião de planejamento de sprint – 3 delas estão no escritório e uma está em home-office. O pensamento natural é que as 3 entrariam numa sala de reunião juntas e fariam uma call com a outra de casa, correto?
Errado! Cada uma deve abrir o seu notebook e todas fazem a call remotamente.
Segundo exemplo: em um time de 7 pessoas, 4 estão trabalhando presencialmente numa mesma sala, e 3 estão em home-office. Uma das pessoas presenciais tem uma dúvida sobre como fazer sua tarefa. Naturalmente, ela deve virar para o lado e perguntar para um dos colegas, correto?
Errado! Ela deve mandar a dúvida na ferramenta de comunicação remota na qual todo o time está.
Último exemplo: duas pessoas de um mesmo time estão na cafeteria do escritório, sentadas num sofá, batendo papo sobre futebol… E começam a discutir pontos técnicos sobre a arquitetura da solução na qual estão trabalhando, tendo novas ideias do que fazer, pontos de falhas que não haviam percebido, etc. Quase 2h depois, eles terminam o papo super felizes e voltam para suas mesas e começam a fazer o que decidiram. Como líderes, devemos incentivar que isso se repita exatamente dessa forma, pois gera mais produtividade, não é?
Errado!
Neste último exemplo, é mais fácil demonstrar algumas sutilezas das interações pessoais e a importância de desenharmos processos com criatividade, que unam o melhor da colaboração presencial e remota.
Apesar de ser muito sedutor achar que o tudo do exemplo está correto, existe um problema fundamental: a gestão de comunicação com o restante do time.
As duas pessoas presenciais do exemplo tomaram decisões sem envolver o restante do time, tiveram aprendizados sem compartilhar com o time, não levaram em consideração conhecimentos que outras pessoas do time têm sobre aquilo, não receberam inputs de riscos ou impedimentos que só outras pessoas do time saberiam…
… E podem, muito bem, ter desperdiçado 2h do tempo discutindo algo que não é possível fazer. ♂️
E ainda terão que gastar mais 1h ou mais, reexplicando tudo para o restante do time depois.
Mas, então, no híbrido, as pessoas não devem mais se relacionar presencialmente?
Minha resposta é:
Se elas vão se relacionar sobre o trabalho que fazem em time, mas não têm processos e ferramentas que viabilizem o envolvimento de outras pessoas ou o fácil reaproveitamento das informações tratadas, NÃO.
E o que poderia ser feito de diferente no exemplo?
Muita coisa! Mas isso fica para o próximo artigo…
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Thread cômica (se não fosse trágica) — twitter.com
Thread cômica (se não fosse trágica) que viralizou no twitter, em que um profissional tech relata minuto a minuto como foi o processo de entrevista de emprego dele, na empresa da qual ele tinha acabado de ser demitido. Tudo começou com uma tech recruiter que o convidou para ocupar a vaga dele próprio ao ser demitido.
Remote Playbook da Gitlab — about.gitlab.com
Este playbook é uma das principais referências em como implementar trabalho remoto. A Gitlab possui milhares de funcionários espalhados pelo mundo, é listada em bolsa e continua, há anos, crescendo e inovando. Vale se inspirar em muitas das práticas deles.
Wes Kao | Artigo em tweets — twitter.com
Artigo recente da Wes Kao em formato de tweets, falando sobre como treinar suas pessoas lideradas a serem “rigorous thinkers”. O “rigorous thinking” é algo natural para pessoas de exatas, mas muito raro em líderes e gestores. Trata-se de criar mecanismos para pensarmos de maneira estruturada e disciplinada, ao invés de forma atropelada ou ao acaso.
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“O trabalho remoto força você a fazer as coisas que deveria fazer com mais antecedência e melhor. Ele força a disciplina que sustenta a cultura e a eficiência em escala, particularmente em áreas que são facilmente despriorizadas em pequenas empresas presenciais.”
Remote Playbook da Gitlab