Feedbacks: falo, falo e não digo o que preciso
Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo da nossa COO Karine (Kari) Silveira.

Conversar sobre feedbacks com as lideranças da Impulso é figurinha carimbada (conhecem essa expressão?). Faz parte do nosso dia a dia. Somos uma empresa de feedbacks contínuos e estamos sempre querendo melhorar.
A gente conversa demais por aqui (ADORO❤️) e, em um desses momentos, surgiu por parte de algumas lideranças o quanto é difícil, como líderes, sermos claros, objetivos, assertivos e generosos em um momento de feedback negativo – ou de construção, como gosto de falar.
Como equilibrar tudo isso em um momento tão delicado? Afinal, sabemos que feedbacks estão na lista das conversas mais difíceis. São duas pessoas envolvidas e muitos sentimentos e informações pairando no ar.
Para deixar mais divertido (como costumo dizer), por mais que a gente se prepare, na maioria das vezes, algo dá errado.
O que não faltam são livros, dicas e frameworks sobre dar feedbacks. Mas, no final das contas, precisamos encontrar o nosso jeitinho de fazer isso, caso contrário, nunca deixará de ser um momento de frio na barriga e desconforto. Então vou falar um pouco sobre como costumo dar feedbacks de construção:
- Dou Feedbacks de forma imediata. Não funciona esperar o momento do 1:1 porque, geralmente, o timing passou, o contexto se perdeu, junto com um conjunto importante de informações, como por exemplo, o que levou a pessoa a tomar determinada decisão.
- A depender da gravidade do Feedback, escolho se mando uma mensagem direta, um áudio ou chamo rapidinho para uma call (sempre dizendo a pauta), caso contrário, a pessoa já acha que será demitida.
- Ninguém gosta de ser rejeitado, magoar alguém, dar notícias ruins, mas esse é um momento de Sinceridade Radical, mas sem nunca deixar de lado o carinho pela pessoa e generosidade em ajudá-la a melhorar.
- Para evitar que a gente fale e fale e não diga o que precisa ser dito, é fundamental começar pela informação mais importante: o feedback. É o momento de dizer o que aconteceu de errado.
- Depois é entender como e porque aconteceu, senão não ajudamos a pessoa a melhorar e nem identificamos oportunidades de melhoria para nossa empresa.
- É a hora de conversar de forma aberta, criando um espaço de confiança sempre.
- Durante a conversa, é bem legal entender o contexto, se foi um erro pontual, o que levou a pessoa a errar e, principalmente, como você, liderança, pode trabalhar junto com a pessoa para que ela não erre mais.
- Saiam com combinados para vocês dois.
- E termine com chave de ouro , perguntando como a pessoa se sentiu durante a conversa e se você poderia ter conduzido de um jeito diferente.
Os livros, as dicas, os frameworks ajudam… Mas, no final, bons momentos de feedback são resultados de experiência e de ensinarmos nossas pessoas a receberem feebacks com mais tranquilidade e leveza (mas isso é assunto para a próxima News).

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Este livro de Kim Scott ensina como usar sinceridade radical sem precisar agir como um idiota com sua equipe. A autora traz uma série de boas práticas para se relacionar e dar feedbacks de forma humana e, ao mesmo tempo, assertiva.
Obrigado pelo feedback: A ciência e a arte de receber bem o retorno de chefes, colegas, familiares e amigos — www.amazon.com.br
De maneira bem-humorada e lúcida, os autores deste livro nos ensinam a aceitar a enxurrada de comentários, avaliações e até conselhos não solicitados com interesse e leveza e nos ajudam a aprender efetivamente com qualquer pessoa.
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A coragem de ser você mesmo aponta a profunda crise espiritual de desconexão que estamos enfrentando e introduz quatro práticas capazes de nos conduzir ao verdadeiro pertencimento. Tais práticas têm tamanha força que desafiam tudo o que acreditamos sobre nós mesmos e os outros.

“Receber feedback está na interseção dessas duas necessidades – nosso desejo de aprender e nosso desejo de aceitação.”
Douglas Stone