As pessoas precisam de pertencimento
Toda semana, temos aqui uma edição com conteúdos escritos e curados pelas lideranças da Impulso sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nesta semana, você confere este artigo da nossa Coordenadora de Marketing B2C, Náthalie Caram.
No auge da pandemia, eu trabalhava no Dpto. de Marketing da maior empresa de Hemoterapia Privada do País. Além de todas as responsabilidades que aquele cargo me submetia, a maior de todas era: trabalhar fortemente ligada ao meu propósito de salvar vidas!
Aquilo me movia, apesar das dificuldades, pois se meu trabalho não fosse bem feito, o risco maior seria diretamente ligado à vida de milhares de pacientes e famílias que aguardavam pelos nossos serviços.
Uma das minhas atribuições era gerenciar as redes sociais dos bancos de sangue da empresa e manter contato direto com as pessoas que tinham interesse em doar sangue e plaquetas — logo eu, que mal posso pensar em sangue ou ver uma agulha sem que a minha pressão vá lá pra baixo .
Talvez você esteja se perguntando: “como uma pessoa com medo de sangue pode trabalhar em um lugar desses?” E eu te respondo: com propósito e empatia!
Me lembro, com muito orgulho, das várias vezes que conversei com doadores e os convenci a vencer seus medos e salvar 4 vidas. Quantos momentos de crise foram remediados! E sei que meu modo de me comunicar possibilitou tudo isso.
Por isso, é um prazer ter a oportunidade de falar contigo sobre um assunto tão importante: o Marketing H2H (Human to Human).
Eu sei que está cada vez mais exaustivo lidar com comunicação, de forma geral, e eu nem preciso falar das pessoas que trabalham com marketing digital — parece que aqueles “dias de glória” que o Chorão prometeu estão longe de chegar para elas .
Mas, independente de quantas estratégias de marketing você já estudou ou esteja buscando para se aperfeiçoar, tenha sempre em mente que o marketing humanizado vai muito, mas muito além disso! E existe um fator imprescindível para você conhecer: as pessoas.
Mas, vamos começar pelo começo!
❌ O fato é que as empresas não têm emoção
Os produtos também não têm emoção e, muitas vezes, são criados sem um objetivo ou propósito claro
Os humanos, por outro lado, têm emoção! Nós queremos sentir alguma coisa. Na verdade, queremos sentir que pertencemos a algo (ou a algum lugar).
A humanização está totalmente ligada aos valores da marca, àquilo que ela acredita, no porquê de fazer o que faz, ou seja, é algo que está enraizado na construção dela (e não em características que surgiram da noite para o dia, apenas para acompanhar uma nova tendência).
Então, para entender melhor sobre isso, é importante olhar para o passado e analisar as transformações do mercado, do marketing e, principalmente, das necessidades humanas. Afinal: somos pessoas e estamos falando com outras pessoas (parece óbvio, mas não é, infelizmente).
Lembre-se: eu, você, somos todos seres plenos
O que antes era apenas uma tendência evolutiva do Marketing 2.0, quando as estratégias de marketing passaram a ser voltadas para o consumidor, e depois, centradas no ser humano (3.0), os consumidores transformaram-se em seres plenos, com mente, coração e espírito, que anseiam cada vez mais por relações reais e verdadeiras.
Em um mundo altamente tecnológico, as pessoas desejam maior envolvimento com as marcas, como se realmente estivessem se comunicando com alguém que seja como elas, com as mesmas aspirações, vontades e desejos, e não com algo superficial — ou pior, que aparenta ser algo diferente do que realmente é, apenas para tentar conseguir vender mais, por exemplo.
Somos sociais, queremos coisas feitas sob medida para nós. Já que, se os dados são o novo petróleo, e as empresas estão cada vez mais respaldadas pela Inteligência Artificial e análises de Big Data, os produtos devem se tornar cada vez mais personalizados. E os serviços, mais pessoais.
Afinal, o futuro é tech e humano.
E você, como tem enxergando o mundo à sua volta?
Se as suas decisões estratégicas têm sido baseadas apenas na forma como você enxerga o mundo ao seu redor, ou fazendo uma analogia, “enxergando apenas com as suas próprias lentes” (o famoso achismo), cuidado!
Pare, pense e reflita bastante — há um caminho bem sinuoso e perigoso pela frente. Lembra que não estamos sozinhos? Pois bem!
E para concluir, tem uma frase do Henry Ford que eu gosto muito, na qual ele diz que, se existe algum segredo do sucesso para as marcas, este se deve pela habilidade de compreender verdadeiramente o ponto de vista da outra pessoa, e enxergar as coisas pelo ângulo dela, tão bem como você enxerga pelo seu. Esta é uma lição valiosíssima e a principal mensagem que eu quero deixar para você hoje! ✨
Espero que eu tenha conseguido plantar algumas sementinhas na sua mente sobre este assunto tão importante!
Este texto foi adaptado da minha pesquisa, na qual me dediquei por longos e ricos meses para estudar sobre o assunto e concluir a minha especialização. E se você se interessou por ele, aqui vai um spoiler: em breve, teremos uma 2ª edição sobre o assunto.
Um grande abraço e tudo de bom para você!
PARA LER, SEGUIR E AVANÇAR
Isso é Marketing — www.amazon.com.br
Neste livro, Seth Godin, fala que o marketing verdadeiramente poderoso tem como base a generosidade, a empatia e o trabalho emocional. A recomendação dada é: “Construa confiança”. Uma leitura construtiva!
Como fazer amigos e influenciar pessoas — www.amazon.com.br
Acho impressionante o quanto este livro continua sendo inovador. Os conselhos de Dale Carnegie já beneficiaram a mim e milhões de pessoas, e se você ainda não leu, se dê esta oportunidade.
Marketing Rebellion: The Most Human Company Wins — www.amazon.com.br
“Rebelião do marketing: a empresa mais humana vence” é um livro que fornece lições e reflexões sobre marketing, através de uma perspectiva muito diferente do que vemos a maioria das empresas e profissionais fazerem. Considero esta uma leitura essencial para profissionais da área de marketing, e também, empreendedores e gestores.
“A razão pela qual a construção da comunidade funciona tão bem é simples: A maior necessidade psicológica do ser humano é pertencer, e ainda assim há uma lacuna de pertencimento no mundo – as pessoas estão mais solitárias do que nunca.”
– Mark W. Schaefer