Aprendendo “na marra” a trabalhar em time
Toda semana, temos uma edição com conteúdos escritos e curados por Sylvestre Mergulhão, Karine Silveira e Rafael Miranda sobre Inovação, Liderança, Transformação Digital e Business Agility. Nessa semana, confira este artigo do nosso CRO Rafael Miranda.
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Há 15 anos atrás, passei por um período bastante conturbado da minha vida.
Eu era Gerente de Qualidade de Software numa grande Fábrica de Software, atendíamos clientes globais e projetos bastante desafiadores. Nesse período, estávamos passando por um longo, caro e exaustivo processo de certificação de qualidade CMMi, no qual eu também estava bastante envolvido.
Em paralelo, eu cursava o competitivo Mestrado em Mecatrônica da Universidade Federal da Bahia e minha esposa estava grávida. Em poucos meses, meu filho iria nascer.
Ou seja: só posso dizer que foi hard. Muito. Hard.
Porém, foi neste período insano de vida que aprendi, de verdade, a trabalhar em time para resolver problemas complexos.
E teve que ser na marra.
• • •
Tudo começou no primeiro dia da disciplina Projetos Especiais no mestrado. Nosso professor entrou na sala e disse:
Boa tarde!
Vocês terão que se organizar em times para construir uma Máquina Contadora, Selecionadora e Dispensadora de Moedas.
Daqui há 6 meses, trarei um saco cheio de moedas verdadeiras, falsas e detritos. Vou despejar o saco na máquina de cada um dos times e ela deverá apresentar o valor total correto. Depois, deverá dispensá-las categorizadas por valor.
Todos os recursos do laboratório da Universidade estão à disposição, 24/7 para vocês. Estarei todas as semanas, no horário da aula, disponível para esclarecer suas dúvidas.
Boa sorte.
Ele então pegou sua pasta e saiu.
O silêncio perdurou por alguns segundos (que pareceram horas), enquanto todos tentavam entender o que havia acontecido.
Enquanto isso, eu só pensava:
- Eu não conheço quase ninguém neste sala! Como vou montar um time?
- Minha formação é em Ciência da Computação e não Engenharia! Como vou saber por onde começar?
- Eu sei Desenvolver Software e não soldar circuitos! Como vou conseguir construir uma máquina?
- Porque inventei de me meter nesse negócio…
Passados 6 meses, após muito suor e sangue (li-te-ral-men-te! Lembra que eu não sou de engenharia, né?), noites sem dormir, fins de semana vivendo no laboratório e muitas gargalhadas com grandes amigos-irmãos que fiz, conseguimos entregar tudo com sucesso!
Você pode assistir o vídeo que meu querido amigo Rui produziu na época. Apesar de eu ter atuado como Gerente do Projeto, ele foi o verdadeiro Líder do time. ❤️
Agora, 15 anos depois, posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que foi uma das experiências mais transformadoras pelas quais passei na vida. Um momento divisor de águas na minha carreira.
Ah, e sabe como foi que tivemos sucesso? Simplesmente trabalhando em time.
E como aprendemos?
Na marra.
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O que está por trás da história de pessoas que são “fora de série”? Esse livro traz a história de celebridades como Bill Gates, os Beatles e Mozart, Malcolm Gladwell, mostrando que eles tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e de forma intencional, e interagir com o mundo de uma forma singular – o que os tornou excepcionais.
Você não está à mercê das suas emoções – seu cérebro as cria — www.ted.com
Nossas emoções nos dominam ou é o contrário? A professora de psicologia Lisa Feldman Barrett dedicou-se nos últimos 25 anos a estudar o que são, de fato, as emoções. Nesse TED, ela comppartilha as surpreendentes conclusões que revelam que temos mais controle sobre as emoções do que pensamos.
Artigo: O valor prático do Cynefin® para startups, por Alexandre Magno — blog.emergee.com.br
Esse interessante artigo sobre o Cynefin, o consagrado modelo para tomada de decisão criado por Dave Snowden, traz lições valiosas não apenas para startups, mas para todo tipo de empresa. Embora o autor saiba que não existem “fórmulas mágicas” para a liderança de negócios, líderes podem se beneficiar alcançando “melhores condições de navegação nas situações problemáticas que vivem”.
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Inovação geralmente é o ato de pegar algo que funcionou lá e usar aqui.
Seth Godin